Absurda Online

Informação de qualidade

  • Hotmail Adiciona Suporte a Atalhos de Teclado do Yahoo! e Gmail

    Em um anúncio feito em 23 de fevereiro, o blog oficial do Windows revelou novos aprimoramentos no servidor de e-mail da Microsoft, o Hotmail. Agora, os usuários podem usufruir dos atalhos de teclado comuns ao Yahoo! Mail e Gmail, ampliando a flexibilidade no uso do serviço.

    Segundo a divulgação, o Hotmail passa a oferecer suporte à configuração de atalhos já conhecidos no Microsoft Outlook, como Ctrl + N para criar uma nova mensagem e Ctrl + Enter para enviar um e-mail. Esses comandos e outros podem ser personalizados para se alinhar às combinações utilizadas em serviços concorrentes.

    A configuração dos atalhos pode ser facilmente realizada na seção “Atalhos de Teclado”, localizada no menu “Opções” do Hotmail. Os usuários interessados podem acessar a Central de Ajuda para Windows Live Hotmail para explorar todas as opções de atalhos disponíveis.

    Além desse recurso de adaptação para novos usuários, o serviço de e-mail da Microsoft também aprimorou suas ferramentas de interação. Agora, ao selecionar uma ou mais mensagens, os usuários podem clicar com o botão direito do mouse nos itens selecionados para acessar de forma simplificada as funções básicas do serviço.

    Essas ações incluem “Responder”, “Responder a Todos” e “Encaminhar”. Tais funcionalidades se somam às opções já existentes, como “Marcar como não lida”, “Excluir”, “Lixo Eletrônico” e “Exibir código-fonte da mensagem” no submenu apresentado.

  • Reformulação do Sistema de Contatos do Google com Foco em Facilidade de Uso

    A Google anunciou uma significativa reformulação de seu aplicativo de contatos, utilizando como base a nova linguagem Material Design. A empresa pretende aprimorar a facilidade de encontrar informações sobre pessoas conhecidas, integrando o serviço com o gmail entrar e a rede social Google+.

    As atualizações incluem a capacidade de visualizar mensagens trocadas com contatos, bem como compromissos de calendário relacionados a eles. Uma nova ferramenta foi adicionada para identificar e eliminar entradas duplicadas, proporcionando uma organização mais eficiente da agenda.

    A integração com outras ferramentas da Google possibilita a obtenção automática de informações, como cargos de trabalho, fotos de perfil e endereços de e-mail. A versão de prévia do novo sistema de contatos já está disponível para usuários do Gmail, enquanto os usuários do Google Apps terão que aguardar um pouco mais enquanto a empresa trabalha na implementação do suporte para esse sistema.

    Usuários do Google Experimentam Interrupções em Diversos Serviços

    Nesta quinta-feira (5), muitos usuários do Twitter compartilharam relatos sobre falhas em vários serviços da Google, incluindo problemas incomuns no Hangouts, Gmail, Play Store, Play Music, OAuth e outros. Alguns usuários enfrentaram dificuldades com erros de autenticação em dispositivos Android, impedindo a realização de atividades que exigiam login em suas contas Google.

    As reclamações não se restringiram aos aplicativos nativos da empresa, afetando também muitos serviços de terceiros que dependem do login através das contas Google, os quais ficaram temporariamente inacessíveis. Outra ferramenta impactada foi o Google Classroom, resultando na impossibilidade de acesso a dados para escolas que utilizam Chromebooks como plataforma educacional.

    Embora a Google não tenha atualizado a página de status de seus aplicativos, os tweets dos usuários afetados indicam que as falhas tiveram alcance global. Na redação do TecMundo, alguns redatores enfrentaram dificuldades temporárias para atualizar aplicativos pela Play Store. A situação parece ter sido normalizada algumas horas depois.

  • Jogos do Futuro de Dubai

    Nem só de arranha-céus e largas avenidas no meio do deserto vive Dubai, um dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos. Com a criação dos Jogos do Futuro, previstos para acontecer em dezembro de 2017, a região quer ser mais do que um local exótico. Mas de onde vem tudo isso? À primeira vista, pode soar pretensioso promover competições de esportes baseadas em tecnologia futurística e não estar no Vale do Silício, mas a verdade é que o emirado vendo trabalhando forte com inovações, como drones, há algum tempo. Diferentemente do Brasil onde o próprio governo não gerencia de forma correta os CEP’s e que os correios muito das vezes tem dificuldade em realizar entregas em determinados locais, por simplesmente não conseguir busca cep do endereço de destino.

    A cidade foi a primeira do mundo a promover o drone enquanto tecnologia voltada também para o cidadão, pessoas física, e não apenas para empresas. Tanto que em 2014, Dubai lançou o prêmio Drone Para o Bem (UAE Drones for Good Award, na tradução livre para o inglês), que entregou US$ 1 milhão para cada um dos projetos vencedores — um nacional e o outro internacional. O objetivo era investir em exemplos de usos humanistas e positivos dos drones.

    No ano seguinte, em 2015, Dubai criou um novo prêmio, dessa vez de Inteligência Artificial e Robótica para o Bem (UAE AI & Robotics Award for Good em inglês), que assim como a iniciativa para drones, distribuiu US$ 1 milhão na categoria internacional e US$ 1 milhão na nacional.

    Se você ainda não se convenceu de que Dubai está mesmo preparando o terreno para os tais Jogos do Futuro, saiba que no início de 2016 o emirado foi palco da edição marco zero da Corrida de Drones (World Drone Prix Dubai em inglês), que resultou na criação da Organização Mundial do Racing Drones, também chamada de W.O.R.D. Tal entidade tem como objetivo reunir as comunidades de pilotos de drones, fãs e fabricantes para desenvolver o esporte.

    Por isso, em 2017, veremos não apenas corridas de drones nos Jogos do Futuro, mas várias outras modalidades igualmente fascinantes. Na primeira edição, marcada para acontecer entre os dias 28 a 30 dezembro, serão nove categorias: corrida de carros sem piloto, futebol de robôs, corrida de robôs, corrida de drones tripulados, natação de robôs, tênis de mesa de robôs, luta de robôs, corridas de drones e competição de cybathlon, como estão sendo chamados os atletas biônicos, com próteses inteligentes, por exemplo.

    A iniciativa é da fundação que responde pelo Museu do Futuro de Dubai (sim, já existe até um museu!), mas os Jogos Mundiais de Esportes do Futuro serão de responsabilidade da recém-criada Federação Mundial de Esportes do Futuro. Essa nova entidade será uma espécie de incubadora de ideias que trabalhará com federações internacionais especializadas em inovação para desenvolver um sistema de apoio para esse novo setor de esporte, o do futuro.

    Jogos Mundiais de Esportes do Futuro estão marcados para dezembro de 2017 em Dubai.

    “Damos início a uma nova fase rumo ao futuro, com o lançamento dessas iniciativas exclusivas com base no sucesso das nossas plataformas globais e nos prêmios UAE Drones for Good Award e UAE AI & Robotics Award for Good. Dubai ativará os esportes do futuro como um catalisador para impulsionar a inovação e a pesquisa e desenvolvimento no mundo todo”, afirmou sua Alteza, o Sheikh Hamdan bin Mohammed bin Rashid Al Maktoum, príncipe herdeiro de Dubai, presidente do conselho executivo de Dubai e presidente do conselho de administração da Fundação Museu do Futuro em comunicado.

    Os jogos ocorrerão a cada dois anos, durante três dias, e contarão com a participação de indivíduos, empresas, instituições acadêmicas e centros de pesquisa do mundo todo. Se tudo der certo, intercalando com Olimpíadas e Copa do Mundo, teremos os Jogos do Futuro. Alguns anos em Dubai, mas quem sabe, mais tarde, em outros lugares como… Brasil?

  • Sunspring: o filme escrito inteiramente por uma inteligência artificial

    Primeira programadora da história e uma expoente entre as mulheres na tecnologia, Ada Lovelace acreditava que um computador nunca poderia ter sua inteligência artificial equiparada à humana enquanto fizesse apenas o que lhe foi programado. Desse questionamento nasceu o Lovelace Test: para uma máquina ser considerada criativa, precisa produzir qualquer coisa que não possa ser explicada pelos seus desenvolvedores, nem com base no código que eles criaram. Se um dia um robô dotado de inteligência artificial fizer isso, significa que ele criou algo realmente original. Até hoje, nenhuma máquina passou no teste, mas esse dia parece estar cada vez mais próximo.

    É o caso de “Sunspring“, um curta-metragem criado por uma inteligência artificial chamada Benjamin que recentemente ganhou até prêmio no Sci-Fi London, um  festival de cinema de Londres, no Reino Unido. Divulgado primeiramente no site de aficionados por tecnologia Ars Technica, “Sunspring” foi escrito por essa rede neural de memória de longo e curto prazo, ou LSTM na sigla inglês.

    Ross Goodwin, pesquisador de inteligência artificial na Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, pode ser considerado o pai de Benjamin. Já o filme é fruto do trabalho do cineasta Oscar Sharp, que não só teve o desafio de levar para as telas um roteiro feito por uma máquina, mas que ainda gravou com os atores em apenas 48 horas, dentro de um desafio proposto pelo festival. 

    Para treinar Benjamin, Goodwin alimentou sua inteligência artificial com um corpus de dezenas de roteiros de ficção científica que encontrou online, grande parte filmes dos anos 1980 e 1990. Benjamin estudou os textos para aprender a prever que páginas seguiam uma as outras, bem como palavras e frases que tendem a aparecer juntas. Segundo o Ars Technica, a vantagem de um algoritmo desse tipo é que ele pode dissecar sequências de letras maiores, por isso é melhor em prever parágrafos inteiros, em vez de apenas algumas palavras. Também consegue gerar frases originais, porque vai além de um simples cortar e colar.

    Ao longo do tempo, Benjamin aprendeu a imitar a estrutura de um roteiro, produzindo indicações de cena e linhas de caráter para os personagens. A única coisa que a inteligência artificial não fez foi entender os nomes próprios, porque eles não são usados com outras palavras e são muito imprevisíveis.

    Inteligência artificial criativa

    Ainda que possa ser considerado um avanço da inteligência artificial, Benjamin não é um autor com sua própria voz, pelo menos não ainda. Benjamin só cria roteiros baseados no que as outras pessoas têm escrito, então, por definição, ele não é realmente autêntico, apenas um reflexo puro do que outras pessoas disseram. Para Goodwin, Benjamin é mais do que uma ferramenta, diz o pesquisador, podemos então dizer que o gmail entrar não é original sabendo que muito das funcionalidades da ferramenta do google surgiram a partir do até então hotmail?

    Para ele, Benjamin existe em algum lugar entre o autor e ferramenta, escritor e regurgitador. Ele é quase criativo.

    Também de Nova York, Julian Togelius, professor do departamento de Engenharia da New York University, acredita que a inteligencia artificial criativa possa surgir nos videogames. Ele quer que os personagens do jogo sejam dotados de inteligência artificial criativa o suficiente para realmente nos surpreender. Julian é pioneiro no uso dos chamados algoritmos evolutivos, que são inspirados em funções biológicas, como mutação, reprodução e seleção natural, e que são capazes de se adaptar às habilidades e preferências do jogador.

    O professor trabalha ainda com um sistema chamado geração processual de conteúdo, PCG na sigla em inglês. A tese dele é que as próprias máquinas serão capazes de criar conteúdos do jogo, ou até um game inteiro, com base em seus próprios algoritmos. Ele acredita que, dessa forma, os computadores serão capazes de se tornar ainda mais criativos do que os humanos que, segundo ele, acabam se plagiando inconscientemente diversas vezes.

  • O que muda no som de um cinema para outro

    Querendo ir ver o novo filme “X-Men: Apocalipse” e aproveitar as batalhas épicas com o melhor sistema de som? Se você esta querendo levar o crush que conheçou no badoo entrar para assistir, é melhor escolher com cuidado. Segundo especialistas, a qualidade de som de um cinema para outro pode mudar bastante.

    Há uma série de fatores, como padrão de mixagem, disposição das caixas e equalização do som que podem fazer toda a diferença na hora de assistir o filme. Afinal, para bom ouvinte, meia explosão basta.

    Há diferenças de qualidade no som de um cinema?

    Sim, muitas. A começar pelo formato. “Desde os anos 1990, o padrão que melhor se estabeleceu nas salas de exibição brasileiras foi o Dolby Digital 5.1. Embora ao longo do tempo tenham sido criados outros concorrentes, como DTS (Digital Theater System) e o SDDS (Sony Dynamic Digital Sound), o Dolby Digital foi o de melhor aceitação no mercado”, diz Ariel Henrique, técnico de mixagem no laboratório cinematográfico Cinecolor Brasil.

    Há outras salas também trabalhando com o padrão mais recente da Dolby, o 7.1, e outras com um ainda mais avançado, o Atmos. A diferença, nesse último, é que o som não é mais pensado em canais, mas sim orientado a objetos.

    Nos cinemas com essa tecnologia, as caixas são posicionadas de forma diferente para que os elementos sonoros não se sobreponham. “As salas partem de um projeto aprovado no qual se considera uma série de aspectos, como a geometria da sala, a potência das caixas e o tipo dos amplificadores”, garante Carlos Klachquin, consultor da Dolby. “Mesmo que o filme não tenha sido produzido em Atmos, ele tocará melhor que em uma sala convencional porque cada caixa individual foi equalizada com um sistema sofisticado, e o alinhamento dos sistemas foi garantido na hora da habilitação”, explica.

    “Embora a experiência Atmos seja impactante, não podemos dizer que um formato 5.1 ou 7.1 seja de menor qualidade. São conceitos diferentes, de maior ou de menor escala, mas não de qualidade”, diz Carlos. Ariel concorda e explica que, além disso tudo, é necessário prestar atenção à prática que algumas salas têm de baixar o volume durante a exibição do filme.

    É necessário também que os processadores de som sejam bons e passem por uma correta regulagem. Segundo Carlos, esses são os pontos críticos. “Se a equalização ou o processador forem ruins, os resultados podem ser tão desastrosos quanto um violino desafinado”, compara. “Há um padrão internacional de como o som deve ser regulado para que toque da mesma maneira que o editor, diretor e mixador pretenderam quando criaram o conteúdo”, afirma o consultor.

    Por fim, há a acústica da sala e outros ruídos, como o do ar condicionado, que podem atrapalhar a experiência. A disposição das caixas, aquela turma de adolescentes fazendo piada, o revestimento das paredes, ou o vizinho de cadeira que come pipoca de boca aberta. Tudo isso também atrapalha a experiência e, infelizmente, não há sistema sofisticado que evite tudo isso.

    E aí? Você repara em tudo isso quando vai no cinema? Tem uma sala favorita? Conta pra gente.

  • Neen, o movimento “pós-internet” da arte digital

    Nos anos 2000, enquanto você usava internet discada, entrava no chat do UOL e ainda nem tinha conta no Orkut, um pessoal já discutia movimentos artísticos “pós-internet”. Um deles foi o Neen, criado por Miltos Manetas, artista grego que vive em Bogotá, na Colômbia, nesta época você nem sonhava em criar uma conta no facebook entrar para compartilhar seus momentos.

    Cada peça de arte tem sua URL própria. É como se o endereço fosse a moldura e a tela do conteúdo a arte em si. Outros artistas, como o holandês Rafael Rozendaal, aderiram ao movimento vendendo as páginas como se fossem quadros. O dono do site é o proprietário da arte. E a internet é uma grande galeria.

    Manetas já até criou um site específico para chamar de galeria. É a whitneybiennial.com, um espaço virtual onde ele exibe diferentes artes digitais em forma de animação, som ou apenas figuras estáticas. O site é uma provocação à Bienal de Whitney, uma das principais exposições sobre arte contemporânea nos EUA. A diferença entre o site da Bienal e o de Manetas é que a original é “.org” e a do artista é “.com”.

    A origem do movimento

    Antes de lançar o movimento, Manetas já trabalhava com softwares e internet na sua produção artística. Tentava colocar tudo sob a unidade de um movimento. Procurava um nome que “não fosse exclusivamente sobre tecnologia na arte, mas mais sobre o estilo, sobre a escapada psicológica”, disse ao site Salon. Chegou ao Neen.

    O artista diz que tirou o nome da palavra “Screen” (tela, em inglês). Em grego, Neen significa “exatamente agora” e, para Manetas, representa o presente absoluto. Apesar de tudo parecer apenas nonsense, há uma proposta e um pensamento complexo por trás do movimento. “Temos dois tipos de vida hoje – uma real e uma simulada. Queria dar um nome a essa psicologia”, comentou.

    O movimento foi lançado na Galeria Gagosian, em Nova York no ano 2000. Os artistas do Neen pensam em intervenções na internet. Elas podem ser animações em flash, como essa com infinitos “obrigados” a Andy Warhol, importante artista da pop art; ou essa, com uma sobreposição estranha de vozes femininas dizendo “don’t call me elephant” (“não me chame de elefante”, em português).

    O manifesto Neen da arte digital

    No manifesto do movimento, Manetas diz que Neen é dos “neensters”, uma geração indefinida de artistas visuais. “Alguns deles pertencem ao mundo da arte contemporânea, enquanto outros são criadores de softwares, web designers e diretores de videogames e animações”, diz.

    Segundo o manifesto, as máquinas nos ajudam a nos sentirmos confortáveis com essa condição porque elas “simulam o que chamamos de natureza”. Para o Neen, abrir a porta de sua casa ou uma pasta em seu computador te levará a destinos parecidos. “Essas duas dimensões da realidade parecem perfeitas e densas, mas começarão a dissolver depois que você as analisar”, diz.

    E para dissolver a relação entre a realidade virtual e a que vivemos, a arte deve dialogar com a computação. Por isso, “a computação é para o Neen o que a fantasia foi para o surrealismo e o que a liberdade foi para o comunismo”, diz o texto.

    Você pode conhecer mais o movimento e sentir a proposta passeando pelas artes digitais do Neen. Entre no site deles e comente o que você achou das obras.

  • Geolocalização com palavras cria novos endereços para o planeta

    Imagine que bizarro se o seu endereço fosse apenas uma combinação aleatória de três palavras comuns, algo como “cadeira-prato-colchão” ou “banana-congresso-cabelo”. Pois é exatamente assim, usando palavras como códigos de geolocalização, que a startup what3words pretende mudar a forma como nomeamos os lugares no mundo. O objetivo da empresa é criar um sistema universal, gratuito, democrático, fácil de lembrar e a prova de erros para endereçar o planeta.

    De acordo com dados que a empresa compartilhou em seu site, em países em desenvolvimento, 50% das pessoas que moram em cidades não tem um endereço. Ao todo, quase 4 bilhões de pessoas são invisíveis nesse sentido: são incapazes de receber encomendas, agora imagine voce no Brasil sem possuir um endereço, como conseguiria receber uma compra pela internet ou até mesmo acompanhar a entrega através do rastreamento correios. É verdade que a forma como nomeamos um local específico no mapa tem funcionado há décadas e que facilita o envio de correspondências. No entanto, o que a what3words argumenta é que em pleno 2016 há maneiras mais fáceis e menos ambíguas de fazer isso.

    Um dicionário para a geolocalização

    O sistema da startup nada mais é do que um grid global, composto de 57 trilhões de recortes de 3×3 metros quadrados. É como se eles compilassem a superfície da terra a partir desses recortes, que depois são transformados em um conjunto aleatório de 3 palavras, que contemplam as coordenadas geográficas dessa localização. Para a empresa, usar palavras ao invés de nomes, números, códigos postais, latitude ou longitude é um sistema mais inclusivo para a maior parte da população, mais rápido e bem menos ambíguo. Qualquer pessoa consegue decorar uma sequência simples de três palavras, o que permite que mais e mais pessoas compartilhem suas localizações. Palavras de uma língua local, por exemplo, podem dar voz às necessidades de comunidades isoladas por falta de localização precisa.

    Endereços mais bem pensados melhoram a experiência de consumidores, possibilitam maior eficiência no comércio local, impulsionam o crescimento e ajudam o florescimento econômico e social de países em desenvolvimento.

    Torre de Babel

    A base de dados que fornece as combinações das palavras é composta por uma lista de quase 40 mil palavras. A lista já passou por uma série de processos automatizados e humanos antes que o algoritmo determinasse as três palavras daquela região. O cálculo leva em consideração o tamanho das palavras, a sua distinção de outras, frequência e facilidade para pronunciar ou soletrar.

    Palavras ofensivas ou muito semelhantes com significados diferentes (como colher, utensílio, e colher, verbo) são tiradas da lista. Palavras mais simples e comuns são usadas para áreas mais populosas do planeta, enquanto as mais longas e complexas ficam em áreas mais remotas. O sistema também evita repetições que possam confundir. O endereço “mesa-cadeira-luminária” e “mesa-cadeira-luminárias” estão em continentes diferentes.

    Mas quem usa o sistema?

    É claro que um sistema tão simples e assertivo só ganha real potência quando as pessoas começarem a usá-lo como padrão. É necessário uma mudança de hábitos profunda, adotada em níveis governamentais e pessoais, para que isso realmente aconteça. Hoje o sistema já possibilita que pessoas físicas, comércios e empresas usem o seu grid com facilidade e gratuitamente.

    Em matéria publicada no site FastcoDesign, a what3words comunicou que uma empresa de energia solar na Índia já usa a ferramenta para entregar energia a casas localizadas em áreas remotas sem endereço. As Nações Unidas também já usam o aplicativo para recuperação de desastres naturais e o correio da Mongólia preferiu o sistema ao invés dos endereços tradicionais, que apenas metade da população possuía.